A descoberta de um câncer é algo que afeta toda a família. Com a confirmação do diagnóstico, a primeira coisa a se fazer é manter a calma. O câncer infantojuvenil tem cura e quanto mais cedo ele for detectado e tratado, maiores são as chances de cura do paciente.
O tratamento é definido de acordo com o tipo de câncer e grau de evolução. Podem ser realizadas quimioterapias, radioterapia, cirurgias ou transplantes. Na maioria dos casos mais de um procedimento é realizado ou combinado para se obter melhores resultados, como por exemplo o uso da quimioterapia, seguida pelo transplante de medula óssea.
Vamos entender melhor cada tipo de tratamento:
Quimioterapia (QT)
Trata-se de uma combinação de remédios que combatem o câncer. Esses remédios agem no organismo, eliminando as células cancerígenas. Para cada tipo de câncer, existe um protocolo ou esquema de QT a ser seguido, que determina os tipos e as dosagens dos remédios, de acordo com o peso e altura do paciente. Além disso, informa também quanto tempo vai durar o tratamento, quais são os dias de retorno ao hospital e em quantos dias a quimioterapia é aplicada. O correto cumprimento do esquema de QT é muito importante para a cura da doença.
Radioterapia
A radioterapia, também chamada de “banho de luz”, trata-se da aplicação de radiação sobre a(s) área(s) do corpo atingida(s) pelo câncer. É feita através de uma sessão a cada dia durante um período que varia de acordo com o tipo de câncer. Conforme o tipo de câncer, pode ser necessário realizar quimioterapia e radioterapia durante o tratamento.
Cirurgia
É conhecida pelo nome de operação e consiste na retirada do tumor ou de parte dele, através de um corte na área onde está o câncer. O procedimento é realizada sob anestesia, por uma equipe de médicos (cirurgiões oncológicos pediátricos e anestesista), em um local chamado centro cirúrgico.
Transplante
O Transplante de Medula Óssea (TMO) é indicado, principalmente, para doenças do sangue como leucemias e linfomas. Para ocorrer um transplante é preciso haver um doador compatível. Quando o doador é encontrado, o procedimento de transplante é então programado pela equipe médica.
Efeitos colaterais
Náuseas e vômitos: são causados porque a medicação deixa no “centro do vômito” um comando no cérebro que, por sua vez, está mais sensível. Para melhorar ou evitar esse mal-estar, outros remédios são aplicados antes e depois da quimioterapia.
Queda de cabelo: acontece porque a quimioterapia também atinge as células de crescimento de cabelo. O cabelo voltará a crescer após a conclusão do tratamento, ou até mesmo antes, desde que a medicação que tenha causado esta queda tenha sido concluída. Durante o tratamento, algumas crianças e adolescentes desejam cortar ou raspar o cabelo, ou usar perucas. Neste caso, o mais importante é satisfazer as necessidades da criança, para que ela se sinta bem.
Anemia: assim como no caso do cabelo, a quimioterapia pode causar anemia que é a diminuição das células vermelhas do sangue. Essa redução pode levar a criança à palidez, sonolência, cansaço constante e falta de ar. A critério médico, o paciente poderá receber a bolsa de sangue (transfusão) para aumentar essas células vermelhas.
Sangramento: de maneira semelhante como ocorre com as células do cabelo e as células vermelhas do sangue, as plaquetas também poderão ser atingidas pelo tratamento. As plaquetas são responsáveis pela coagulação do sangue quando estão baixas, podem aparecer manchas roxas pelo corpo ou sangramento em cavidades. Para evitar isso, a criança ou adolescente poderá receber bolsa de sangue ou um concentrado de plaquetas a critério do médico.
Defesas baixas/infecções: as células brancas atingidas pelo tratamento, também chamadas de leucócitos, são responsáveis pela defesa do organismo contra infecções. Após as sessões de QT, os leucócitos poderão baixar temporariamente (leucopenia) e tornar mais fácil a ocorrência de infecções. Quando o paciente estiver com as defesas baixas e com febre, é de fundamental importância que a criança ou adolescente seja levado (a) imediatamente (mesmo que seja de madrugada, final de semana ou feriado) à emergência do Hospital em que esteja realizando o tratamento, onde será avaliado e conduzido pela equipe médica.
Mucosite, diarreias ou constipação: outras células afetadas pelo tratamento contra o câncer (quimioterapia e/ou radioterapia) fazem parte do aparelho digestivo, que podem se estender por todo o trato digestivo. Os efeitos mais comuns são ressecamento, vermelhidão e aftas (mucosite oral), que podem tornar a alimentação do paciente mais difícil, dolorosa e favorecer o aparecimento de infecções. Para amenizar esses efeitos colaterais no aparelho digestivo, devem-se seguir cuidados de higiene e alimentação.